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19/02/2010

A dor....

 
 
 
 
 
 
 
A dor dos outros



Estamos diante de um século tecnológico, ou vivendo neste que podemos considerar capaz de fazer inveja os séculos passados. Estamos à volta com telefones, geladeiras, internet, câmeras fotográficas, vídeos, TVs e tantos outros itens, que se tornaram parte integrante do nosso cotidiano, e nem nos damos conta das inovações, cada vez mais modernas dos chips última geração.

Hoje, nem podemos imaginar um mundo feito apenas de torradeiras, sem microondas ou computadores, e corremos atrás das novidades como abelhas no mel, quando hardwares e softwares são lançados, antes mesmo de ter tempo para aprender a usá-los, já estamos à volta em instalar novos e novos cabos.

Hoje, acompanhamos um cena de seqüestro pela TV, como uma novela, porque um seqüestro ganha referência e ibope, e somos expectadores passivos desta mídia. E, assim vemos os próprios assassinos ganharem seus quinze minutos de fama ( ou mais).

E, aos nos tornamos expectadores passivos, não refletimos sobre a representação cotidiana da violência, onde o perigo é a falta de profundidade, porque lugar comum, a violência está sem parâmetros.

A cobertura intensa da violência é capaz de fazer inveja as estrelas do show biz.

Tudo é calculado, sem scripts , mas com celebridades anônimas que vamos conhecendo, em sua overdose de ângulos nesta hiper- realidade visual auditiva. E, sendo apenas expectadores, aceleramos e promovemos audiência em escala nacional.

Fiquei imaginando, aquele seqüestrador com suas vitimas, que foi caso recente no país, ali sentado em sua sala, com o controle na mão, assistindo sua própria vida sendo esmiuçada, vendo sua família, seus amigos, a polícia na sua porta, enquanto saboreava uma pizza.



Com será que ele, vendo suas imagens tão amplamente difundidas até a exaustão, estava se sentindo?

E nós diante da dor dos outros?

Uma jovem foi morta neste episódio , será que estamos tão anestesiados, a ponto de apenas mudar o canal e ver o outro, que pegou outros ângulos em diferentes momentos. Não sentimos náusea, dor ou culpa, mas apenas conferimos ter visto mais uma história de final infeliz, como tantas outras histórias de atores anônimos deste século ultra tecnológico.







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